3 de março de 2011

Myrcia guianensis

RESUMO

Myrcia guianensis (Mirtaceae), uma planta nativa da Amazônia, é objeto deste estudo. Pertencente ao grupo popularmente conhecido como “pedra-ume-caá”, onde também, estão incluídas as espécies: Myrcia multiflora, Myrcia uniflora, Myrcia salicifolia, Myrcia speciosa e Myrcia spherocarpa. São conhecidas como “insulina vegetal”, com relatos de possuírem propriedades medicinais. Foram realizados, na espécie Myrcia guianensis, estudos fitoquímicos e investigação da existência de propriedades alelopáticas frente a duas plantas invasoras de pastagens: Mimosa pudica (malícia) e Senna obtusifolia (mata-pasta). Os E. B.: hexânico, acetato de etila e hidroalcoólico (8:2) das folhas de Myrcia guianensis foram submetidos à partições com hexano, diclorometano e acetato de etila. Também foi realizada a extração de óleo essencial das folhas da referida espécie. Métodos cromatográficos foram aplicados nas partições dos respectivos extratos, sendo que da partição diclorometânica do E.B. hexânico foram obtidas as substâncias estigmast-4-en-3-ona, ácido 2-hidróxi-6-(8Z-pentadeceno)-benzóico (ácido gingóico), -sitosterol, α-amirina e 6β-hidróxi-estgmast-4-en-3-ona; da partição AcOEt do E.B. AcOEt foram obtidas as substâncias galato de metila, ácido 3,4-diidróxibenzóico (ácido protocatecuico) e ácido gálico; da partição hexânica do E.B. hidroalcoólico obteve-se uma mistura de ésteres graxos e o -sitosterol. As substâncias foram identificadas com base na análise espectral de RMN 1H, RMN 13C, DEPT, COSY e EM, além de comparação com dados encontrados na literatura. Os bioensaios alelopáticos evidenciaram que a maior atividade estava no E.B AcOEt e nas suas partições, mostraram efeitos inibitórios e estimulatórios nos testes com óleo essencial e baixa atividade presente nas substâncias ácido protocatecuico e ácido gálico.

                                                                      Reinaldo Santos